Humana

Agenda cultural / Uma DR entre Cinema e Literatura

A história das trocas entre o cinema e a literatura vêm desde o início do cinema. Mesmo antes da invenção do cinema, a literatura já flertava com a ideia de cinema, com técnicas narrativas que promoviam a imagem em movimento na mente do(a) leitor(a).

Praticamente todos os grandes livros já receberam adaptações literárias – algumas sofríveis, outras gloriosas. Alguns parecem intransponíveis para o cinema, como “Finnegans Wake”, de James Joyce; “Flush”, de Virginia Woolf ou mesmo “Catatau”, de Paulo Leminski.

Hollywood da primeira metade do século 20 viveu um momento de ouro com a presença de grandes escritores como roteiristas e nos sets de filmagens, dentre eles F. Scott Fitzgerald, Raymond Chandler, Tennessee Williams, Norman Mailer. Recentemente, a cinematografia brasileira tem mostrado que a dobradinha literatura e cinema continua existindo, com os trabalhos de escritores(as) como Anna Muylaert, Fábio Brüggemann, Fernanda Young, Leticia Wierzchowsk, Marçal Aquino, Morgana Kretzmann, dentre outros(as).

A Agenda Cultural em Rede da Humana Sebo e Livraria convida para uma noite que vai discutir a relação entre o cinema e a literatura. Demétrio Panarotto (foto abaixo de Thays Alemany), que é poeta e professor de cinema da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), exibirá filmes e abordará o assunto junto ao público a partir de seus próprios escritos que se transformaram em filmes.

A programação acontece em parceria com o Café Brasiliano no dia 29 de junho, quarta-feira, às 18h30, com entrada franca (capacidade máxima de 25 lugares). Serão exibidos os seguintes filmes:


1. CORTEJO | QUINTA MALDITA #116 (Brasil, 2018, 9´33´´)

Sinopse: O Cortejo fez parte dos ritos de lançamento do livro “18 Versos para o funeral de Demétrio Panarotto”, Editora Papel do Mato. Foi realizado cinco dias após o segundo turno das eleições de 2018, data que marca a chegada ao poder no Brasil de mais um escravocrata (desde sempre assumido) e à serviço das elites e da mídia brasileira. Sem muita precisão de horário, o Cortejo teve início depois das 23h do dia 1º de novembro e percorreu as principais ruas do centro de Florianópolis avançando o dia 2. Os símbolos de vida e morte, presentes no livro e nas movimentações, são sempre percurso.

Direção: Demétrio Panarotto
Assistente de direção: Thayllen Couto
Câmeras: Kaiser Nahas e João Lobo
Montagem: Vitor Carvalho


2. EU CAIO, MAS ME LEVANTO (Brasil, 2022, 21´09´´)

Sinopse: um experimento audiovisual produzido durante a pandemia a partir da ideia de unir imagem, som, poesia e performance, sem hierarquia entre as linguagens. O vídeo poema reúne fragmentos de poemas de Caio Fernando Abreu, do livro “Poesias nunca publicadas de Caio Fernando Abreu” (organizado por Letícia da Costa Chaplin e Márcia Ivana de Lima e Silva).

Interpretação e voz: Marina Bento Veshagem
Trilha sonora e desenho de som: Thiago Ramil
Performance: Biño Sauitzvy
Direção de performance: Charlotte Romer
Assistência de edição e montagem: Vitor de Oliveira Carvalho
Concepção e produção: Demétrio Panarotto e Lu Tiscoski


3. LOTAÇÃO (Brasil, 2020, 12´00´´)

Sinopse: Lotação é um poema de Demétrio Panarotto que ganha vida na interpretação de Jonas Martins em diálogo com as imagens do trabalho em processo de Flavia Duzzo. Lotação é também um videopoema dirigido por Demétrio Panarotto e Lu Tiscoski em que nele, a partir da montagem de Vitor Carvalho, as imagens dialogam com o ritmo do poema e da leitura.

Realização: Demétrio Panarotto e Lu Tiscoski
Leitura: Jonas Martins
Imagens: Flavia Duzzo
Montagem: Vitor Carvalho