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Editora / Sándor Lénárd no fim do mundo

Título: Sándor Lénárd no fim do mundo
Autor: Fernando Boppré
Capa, projeto gráfico e editoração: Aline Assumpção
Revisão: Zulma Neves de Amorim Borges
Coordenação da coleção Biografemas: Ricardo Machado
Lançamento: 28 de abril de 2022
Páginas: 118
Peso: 195g
Dimensões: 18 x 14 X 1cm
ISBN: 978-65-992233-5-8

Preço de capa: R$ 35,00 [para adquirir o livro, clique aqui]


Sinopse 

A pouco conhecida história de um dos maiores nomes da literatura húngara que se refugiou no Brasil após a perseguição nazista, passando a viver como agricultor, farmacêutico e escritor em um pequeno povoado no Vale do Itajaí, no sul do Brasil.

Em 1952, Sándor Lénárd chegou ao Brasil após meio século de exílios em Viena, Roma e, por fim, no país que lhe pareceu “grande e verde no mapa” da América do Sul, distante da hecatombe europeia do Pós-Guerra. Neste livro do escritor e historiador Fernando Boppré, a biografia de Lénárd é desvendada assim como sua produção intelectual. De origem judaica, Lénárd nasceu em Budapeste em 1910 e escreveu que o início da Primeira Guerra Mundial assinalou o último dia feliz que a humanidade viveu antes do “horror monstruoso se apoderar de nós”.

Foi em Dona Emma, em Santa Catarina, que Lénárd construiu sua “casa invisível” e viveu as últimas duas décadas de sua vida em um intenso ritmo de produção literária, artística e musical. Seus principais livros e traduções foram preparados na cidade que figura como protagonista de “O vale do fim do mundo”. Neste livro, publicado postumamente pela editora Cosac Naify, em 2013, Lénárd se utiliza de uma narrativa autobiográfica aliada à história e aos costumes da região que são contados com humor satírico, sendo hoje um registro histórico sobre a vida no Vale do Itajaí em meados do século 20.

Latinista e estudioso da Antiguidade, Lénárd traduziu do inglês para o latim a história infantil do Ursinho Pooh, de A. A. Milne, livro que se tornou best-seller do The New York Times na década de 1960. No ato da escrita, Lénárd não se oculta na terceira pessoa do singular, escreve a partir do eu e acaba construindo um autorretrato sobre o mapa de Dona Emma.

Este título compõe a coleção Biografemas da Editora Humana e foi contemplado com recursos do Edital Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura do Governo do Estado de Santa Catarina.


Saiba o que já foi dito sobre o livro:

Live de lançamento: 
Assista aqui a conversa entre o autor, Fernando Boppré, com a participação especial de Daiana Schvartz, Diógenes Gluzezak e Ricardo Machado.

Matérias:
Assista aqui a reportagem da RBA TV Alto Vale, de Rio do Sul (SC), sobre Sándor Lénárd, com a participação do autor Fernando Boppré

Blogs:
Leia aqui o texto publicado por Ivan Jerônimo em seu blog, intitulado Um mapa para o fim do mundo.

Texto sobre o livro:
por Fabio Carminati*

Onde é o fim do mundo? Ficamos sabendo que não é muito longe daqui, fica em um vale, e é a verdadeira morada de um ursinho bem famoso… E foi lá, em fins dos anos 1950, que se refugiu o latinista, humanista, agnóstico, poliglota, escritor, pintor… Sandor Lénárd. O vale do fim do mundo fica em uma pequena cidade no interior de Santa Catarina, Dona Emma, e segundo Lénárd, no caso de uma terceira guerra mundial, uma das poucas regiões capazes de escapar à radioatividade. O vale do fim do mundo, nessa época, não tinha energia elétrica, e Lénárd esperava que a sua beleza não fosse estragada pela civilização e suas máquinas desumanas. Lá Lénárd cultivava a terra e atendia a população, disponibilizando seus conhecimentos de medicina. E desfrutava um pouco de paz depois de ter vivido o terror e o horror das guerras que assolaram a sua terra natal. Enquanto isso, se tornou autor de um best-seller, que lhe rendeu um bom rendimento econômico, e que é, por mais incrível que possa parecer, um livro em latim! Trata-se da tradução para o latim do livro de A.A. Milne, Winnie-the-Poo. E que lhe inspirou outro livro: o Vale do Urso Latino, onde mistura ficção e histórias locais, humor e amargura. E onde descobrimos tudo isso, e muito mais, sobre essa incrível personalidade, ainda pouco conhecido por aqui, autor de muitos livros, entre eles o Vale do fim do mundo? No livro de Fernando Boppré, recém-lançado pela Editora Humana, na Coleção Biografemas. Além do mérito de nos apresentar o autor, instigar a nossa curiosidade sobre ele, a narrativa cativante de Boppré vai diretamente ao encontro da proposta da coleção: não se trata de inventariar exaustivamente dados biográficos, mas de conectar de forma leve e erudita a vida de Lénárd à experiência histórica que ele viveu, de mostrar a sua atualidade e de apontar, ao contrário do que Lénárd acreditava, que o fim do mundo ainda está um pouco mais distante…

* Professor assistente de sociologia e ciência política da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus de Chapecó. Graduado em Ciências Sociais (2004), mestre em Sociologia Política (2006), e doutor em Sociologia Política (2014) na Universidade Federal de Santa Catarina.


Sobre o autor

  

Nascido em Florianópolis, atualmente reside em Chapecó (SC). Historiador e escritor, mestre em História Cultural pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), autor do livro de poemas “Poço certo” (Caiaponte Edições, 2020). Escreveu e dirigiu o filme “Pequenos desencontros” (2009), baseado no conto de Silveira de Souza. Foi curador e diretor do Museu Hassis e chefe de serviço do Museu Victor Meirelles (IBRAM), atualmente é livreiro da Humana Sebo e Livraria (Foto: Leonardo Santos).


Sobre a Coleção Biografemas

A grafia de uma vida é necessariamente o movimento desta vida. Biografemar é reconhecer na própria escrita a impossibilidade do todo, recusando a ilusão biográfica, escapando dos códigos e conexões lineares do gênero biográfico. Significa caminhar na direção do outro sabendo que não há como seguir pegadas de uma vida, sem deixar suas próprias marcas. Inspirado no conceito de biografema forjado por Roland Barthes, a coleção apresenta breves ensaios biográficos a respeito de artistas, cientistas, filósofos, educadores que, por algum motivo, hoje se encontram esquecidos ou afastados do cânone artístico e intelectual. Interessa-nos tomar a vida como um percurso que conecta a produção artística e intelectual de uma época, experiências daqueles viveram e/ou produziram à margem do seu próprio tempo ou em deliberado confronto com os cânones estabelecidos.