Humana

Agenda cultural / Evasões Poéticas

Título: Evasões Poéticas;
Autores: Alice Souto, Aline Lebens, Audrian Cassanelli, Danay Ferreira, Eduarda Farina, Eduardo Wildner, Emilio Juane Bruski, Gerliani Mendes, Ibriela Bianca, Josif Nikto, Kairo Madah da Costa Moraes, Leonardo Nolde, Luana Terra, Maria Luiza Souza, Mariana Berta, Théo Fortes;
Organização: Fernando Boppré, Rubi Iara;
Capa, projeto gráfico e editoração: Tina Merz;
Desenho da capa: Iam Campigotto;
Revisão: Denize Gonzaga;
Coordenação editorial e da coleção: Fernando Boppré
Edição: Editora Humana; Universidade Federal da Fronteira Sul;
Lançamento: 21 de março de 2024;
Páginas: 100;
Peso: 250g;
Dimensões: 14 x 24 x 1cm;
ISBN: 978-65-981663-4-2;
Preço de capa: R$ 35,00 [em pré-venda, envios a partir de 18 de março de 2024, para adquirir o livro, clique aqui].


Sinopse:

Um panorama da literatura contemporânea do oeste de Santa Catarina, com 16 escritories que encaram o mundo que violenta por ser o mundo que é. Um mundo que avança de coturno. Pisa, chuta e tropeça no que lhe é invisível. Quais são essas evasões poéticas? Quais os subterfúgios vividos? Este livro é um arquivo de insubordinações. Vozes evasivas que fazem da escrita poética uma força irradiadora do viver. Afinal, são sujeitos que, de um modo ou de outro, equilibram-se para sobreviver neste mundo que ruma entre labaredas e convulsões em direção ao abismo. A partir da escrita de prosas e poemas, registram e inventam outros modos de vida para si e para o entorno.

É possível perceber a presença da paisagem urbana contemporânea, mas também a permanência do modo de vida campesino, aqui elaborado como poética do existir. Se, por um lado, o espaço da cidade é cenário de deambulações (Gerli Mendes, Kairo Madah da Costa Moraes), fonte de perturbação (Ibriela Bianca, Leonardo Nolde) e produtor de solidões (Eduardo Wildner, Josif Nikto); por outro, o ambiente rural surge mais bem-humorado (Luana Terra, Mariana Berta), sem deixar de lado a crítica cerrada ao agronegócio, já que, na história recente, o acesso à terra é sinônimo de exclusão e luta. É possível escutar nas entrelinhas a reverberação de movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). Aqui está o registro de impasses estruturais da sociedade brasileira contemporânea: a violência sistemática contra a mulher (Aline Lebens, Maria Luiza Souza), as investidas do capital contra o bem viver e as espécies companheiras (Audrian Cassanelli, Danay Ferreira), a tentativa de apagamento de vidas que não se encaixam no status quo (Alice Souto, Eduarda Farina) e a guerra cultural travada em torno da liberdade de gênero (Emílio Juane Bruski, Théo Fortes).

Este livro contou com o apoio da FAPESC e da UFFS. Agradecemos também o trabalho colaborativo junto à plataforma Açu, com Giba Duarte e Iam Campigotto.


Sumário:

1 – Prefácio: Uma coletânea de reexistências do Oeste de Santa Catarina | Fernando Boppré e Rubi Iara
2 – O Jardim de Berenice | Alice Souto
3 – Passo a passo | Aline Lebens
4 – Filho da soja | Audrian Cassanelli
5 – Memórias de uma infância coletiva | Danay Ferreira
6 – Antítese; Geopoema III | Eduarda Farina
7 – Porque a solidão é boa mas | Eduardo Wildner
8 – Dissidentes; Salve | Emílio Juane Bruski
9 – A Capitolina | Gerli Mendes
10 – mundo cão; andar nu; delibero o nada | Ibriela Bianca
11 – Isolamento | Josif Nikto
12 – Poema-digestão | Kairo Madah da Costa Moraes
13 – Xapecorpos | Leonardo Nolde
14 – Milho de São João | Luana Terra
15 – Sapatão viva | Maria Luiza Souza
16 – égua de raiva e mel; sem título; milpa fofoqueira | Mariana Berta
17 – Fora da medida | Théo Fortes


Quem é quem

Alice Souto é uma poeta carioca, escritora, mãe atípica do Caetano e doutora em psicologia. Integra os coletivos Balalaica de Poesia e Performance, no Rio de Janeiro (RJ); Coletivo Manivas e Sarau Nuvem Colona, em Chapecó (SC). Possui três publicações independentes e artesanais (fanzines): Traça a Traço (2012); Poesia Auto-Sustentável (2013) e Beijo Azul (2015).

Aline Lebens nasceu em fevereiro de 2002, no município de São José do Cedro (SC). Atualmente reside em Chapecó (SC), onde cursa licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e integra o coletivo estudantil independente Fronteira Cultural. Em meio a (re)encontros e desencontros artísticos e de vida, dedica-se à arte e à escrita.

Audrian Cassanelli é bixa do mato nascida em Xanxerê (SC), mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Graduado em Artes Visuais pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ). Cofundador do Coletivo Inço, integra os grupos de pesquisa LabFoto (UFSM) e LabFotoFilo (UFG). Já participou de diversas exposições, nacionais e internacionais, de bienais e salões de arte. Sua pesquisa tem como foco o autorretrato fotográfico associado às ervas-daninhas.

Danay Cabreira é natural do Rio Grande do Sul (RS), indígena Guarani, bibliotecária, modelo, agente cultural e militante do MST.

Eduarda Farina é arquiteta, urbanista e pesquisadora independente. Reside e trabalha em Chapecó (SC). Pesquisa e escreve desde 2018. Atualmente dedica-se às pesquisas em torno da cultura visual contemporânea, imagem e teoria da arquitetura. Escreve poesias, muitas no formato de haikais, por meio das quais percorre reflexões sobre o tempo, o espaço e os elementos — terra, água, fogo e ar.

Eduardo Wilder é pesquisador e poeta. Nasceu em Seara (SC) e mora em Chapecó (SC). Mestre em direito, atualmente trabalha no sistema penitenciário, também em Santa Catarina. Escreve porque não tem escolha, para encarar o abismo que a vida é e para fugir de seus fantasmas e demônios.

Emílio Juane Bruski, EJ, é um multiartivista não binário que atua em Chapecó (SC) e região como produtor cultural, poeta e MC. Sua arte traz a vivência transmasculina e reflexões sobre gênero, classe e afeto.

Fernando Boppré é aquariano com ascendente em virgem. Mestre em História Cultural pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Escritor, curador, editor e livreiro da Humana Sebo Livraria Editora. Desde 2017 vive e trabalha em Chapecó (SC). É autor dos livros Poço certo (Caiaponte, 2020), Sándor Lénárd no fim do mundo (Humana, 2022) e Termas da desolação (no prelo).

Kairo Madah tem 26 anos. Artista, professor e pesquisador transgênero, por vezes se arrisca na escrita literária. Embora a atuação artística seja mais frequente nas artes visuais e na arte Drag, ao longo da sua trajetória, tem nutrido uma intensa relação com a palavra, encantando-se com sua potência que transcende conjecturas, numa tentativa de fazer dela uma amiga. A poesia permite a aproximação com a palavra, a exploração e expressão daquilo que o constitui como ser no mundo.

Gerli Mendes é professora, aspirante à escritora de coisas para a infância, jornalista não praticante e produtora cultural. Autora de Clíris e a caneta de ouro (Caiaponte, 2021), com ilustrações de Jean Magnus. Geminiana, mineira e CID F31.8.

Ibriela Bianca é professora, doutora em literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pesquisadora independente de literatura brasileira contemporânea. Atua em projetos culturais ligados ao incentivo à leitura, à performance poética e à leitura dramática. É integrante da Coletiva Abrasabarca, com quem lançou dois livros, Abrasabarca (Medusa, 2018) e Revoluta (Caiaponte, 2019). Tem vídeo-poemas publicados no Youtube da Lua Caolha.

Josif Nikto je pense, donc je suis. Mora em Chapecó (SC), embora o pseudônimo sugira que ele seja um escritor do realismo russo. Normalmente, em 400 caracteres, acha que não seria capaz de entreter ou informar sobre a sua vida, mesmo ela sendo muitíssimo enfadonha, sendo um trabalho fácil, mas entediante. “Deixe minha literatura falar por mim e me esqueçam”, diz.

Luana Terra, Lu, Luanx ou Luana Rockenbach. Agricultore. Pessoa transbigênero dedicada à produção e conservação de sementes crioulas e aos saberes tradicionais vinculados à agricultura agroecológica.

Leonardo Nolde é leitor, quando pode. Escritor, quando convém. Proletário, sempre. Na leitura encontra um leito duro; na escrita, um meio para novas lutas.

Mariana Berta é artista visual, professora e escritora. Nasceu e cresceu no interior da cidade de Concórdia (SC) e possui formação em artes visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). É autora dos livros Sagu (Editora editora, 2018) e Sermão das Criaturas Subterrâneas, este último escrito em parceria com Paulo da Costa Pereira Neto (Ouriço, 2022).

Maria Luiza Souza nasceu na cidade de Mauá-SP, tem 22 anos e desde 2016 participa ativamente de coletivos culturais, sendo fundadora e organizadora do coletivo Máfia das Minas (fundado em 2017). No ano de 2022 ingressou na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó, onde atuou culturalmente com os coletivos residentes da cidade. Hoje é moradora da cidade de Florianópolis (SC) e estuda Ciências Sociais na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Rubi Iara é professora de sociologia na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó, e artista. Coordena o grupo de estudos transgêneres na mesma instituição. Como professora, procura articular ensino de sociologia e arte-educação, promovendo a produção de instalações e performances artísticas entre discentes como meio de ensino e aprendizado. Como artista, realiza, entre outras coisas, a performance “gosto de rachar lenha com machado”, na qual explora a estética do deboche nos contrastes que surgem nas relações entre texto, figurino e ação.

Théo Fortes tem 25 anos. Escritor, advogado, homem trans, sempre foi um apaixonado pela escrita, sendo que, desde aos quatro anos, recitava histórias para que a mãe escrevesse por ele, já que ainda não era completamente alfabetizado. Nada parava a vontade de escrever e transmitir para o mundo ideias, criatividade e sentimentos. A palavra é muito importante para a sua existência, pois está relacionada à profissão e às diversas formas de expressar a pessoa que é e o contexto no qual está inserido.


Lançamentos:

Em Chapecó, ocorrerão dois lançamentos:

– 21 de março de 2024, quinta-feira, às 19h, no auditório do Bloco A, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), com emissão de certificado;

– 27 de abril, sábado, às 16h, na Feira do Livro de Chapecó, no Centro de Cultura e Eventos Plinio Arlindo de Nes.